sexta-feira, 17 de setembro de 2010

No, no, no, baby, no, no, no, don't lie

Existe uma pesquisa científica que afirma que bebês apenas não matam uns aos outros porque não lhes dão armas. A forma de criação é o que nos difere. Fomos criados para o amor, pra luta, trabalho, preguiça, justiça, maldade, inveja, bondade e as combinações desses entre outros sentimentos. Encontramos nosso equilíbrio pelo caminho, nos dão ou corremos atrás de nossos limites. Ora nos livramos dos nossos hábitos a muito custo, ora sucumbimos pelo que já nos foi enraizado. Na casa do vizinho existe mais afago, doces, mais diálogo ou o oposto dessas coisas. Mas uma em específico acompanha a todos desde criança: a mentira.

A mentira faz parte do nosso código de leis não escritas, é uma regra e não a exceção. Fomos acostumados a conviver com ela. Mentimos para não ir à escola, mentimos para ganhar presente, mentimos para não levar bronca e com o passar do tempo, alguns ficam tão bons que ao mentirem acreditam serem honestos. Mentiras não são admissíveis hipoteticamente, exceto se contadas pelos nossos pais, professores, patrões, governo, parceiro sexual ou amigos que querem nos deixar feliz. Ou seja, todos que nos cerca. Já sabemos que o político não está falando a verdade e esperamos calmamente que ele não cumpra o que prometeu para depois falarmos debochados que toda eleição é assim. Se quentes somos loucos, profanos ou pagãos. Se frios somos insensíveis, nojentos ou dissimulados. Ser morno é se adequar a sociedade, a falsa alegria da normalidade, consumir até que os produtos nos consumam, reinventar-se dependendo da moda e quando a mentira não puder mais ser superficial e comprada, o sorriso plastificado dará lugar a depressão.

O amante fala que não suporta a mulher mocréia, mas nunca se separa. Para a esposa fala que não agüenta a mal amada que fica ligando, mas a mulherzinha nunca para de ligar.Na televisão querem seu dinheiro, vendem a beleza do álcool, a compra da própria segurança por ter um silicone no corpo, a idéia que um bisturi vai te fazer se sentir mais atraente, mais invejável. Somos ensinados a cuidar do nosso corpo, mas o prazer por meio dele é um pecado. Hoje a felicidade vem dentro de uma pílula emagrecedora e ser nerd não é mais ser um excluído é ser um chato legal. Ser anti-social não é ser um psicopata ou alguém que realmente não queira contato com a sociedade, agora é ser exótico. Calça colorida é estilo para gente sem personalidade. Levantar dois dedinhos para cima é sinal de muita atitude, mesmo que mal tenha saído das fraldas. Agressivos, competitivos e individualistas nos tornamos exploráveis como trabalhadores e cidadãos, mas não interessantes como pessoas. Sentados encima de ganhos, gastos e consumo devoramos nossos recursos enquanto procuramos desesperadamente ar puro, luz do sol e boa vida. É uma espécie de conspiração na qual todos participam desde pequenos, um acordo velado em que você finge que fala a verdade e eu finjo que acredito.

Um comentário:

  1. Minha querida Teresa Almeida, vivemos a ditadura da mentira. Honestamente, eu acho que esse país é uma grande mentira...A dona dilma não existe, é mais uma grande mentira do nobre quase ex-mandatário, ex-sindicalista e bem aposentado lula...e vida que segue...

    forte abraço

    C@urosa

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