quarta-feira, 24 de março de 2010

Mata todo mundo que Deus escolhe os seus!


Hoje quando eu estava voltando do meu emprego passei por uma igreja do bispo da record e vi um homem todo pomposo entrar com sua bibliazinha na mão. Não era qualquer igreja, era um prédio gigante com três elevadores, segundo me fofocaram. Uma espécie de palácio no meio do asfalto.Certamente construído com o sangue e o suor da boa gente tansa que precisa ser salva de alguma forma por quem quer que seja que diga que teus pecados é um encosto e não ruindade sua mesmo. Se tiver um abalo sísmico por aqui os fiéis daquela santa casa vão morrer perfurados com a quantidade de estilhaço que vai sair daquelas delicadas milhares de janelas de vidro azulado.

Ta, então HIStória:

Os anglicanos agora neste século podem abraçar o catolicismo. O Henrique VIII da Inglaterra queria a anulação do casamento, o papa não quis e ele rompeu com a autoridade papal criando a Igreja Anglicana.Thomas More (o filósofo) era o conselheiro principal do rei que queria muito que uma tal de Ana Bolena, a espertinha que não liberava o corpinho de jeito nenhum, só depois do casamento. Ele começou a irritar o rei mantendo sua inabalável posição ao lado da Igreja católica e acabou sendo morto. Bom, a Igreja muito palhaça como é, quatro séculos depois resolveu canonizá-lo (demorou Q-U-A-T-R-O S-É-C-U-L-O-S e isso que arrancaram a cabeça do coitado fora porcausa da religião). Depois transformou o compadre Thomas no Santo Padroeiro dos políticos e estadistas. Tá, vai dizer que o papa não é um comediante? Além de ter sido a causa do outro ter ficado sem cabeça ainda por cima o coloca pea eternidade fazendo milagres pela gente que ordenou descer o machado no pescoço dele? É por isso que ele é o Santo padroeiro do Príncipe Charles e isso explica o fato do orelhudo ter largado a Princesa lady diva Diana por causa da Camila Bowles…
Durante o cerco a Béziers, em 1209 D.C, as tropas papistas já haviam dominado a cidade dos Cátaros, mas uma grande quantidade de católicos viviam dentro dos muros. Um dos cruzados perguntou ao monge, legado papal e comandante das tropas, como distinguir os católicos dos hereges. A resposta foi:
"Caedit eos!Enim dominus qui sunt eius."
ou
"Mate a todos, Deus reconhecerá os seus."

A lenda diz que vinte mil homens, mulheres e crianças foram assassinados. Deus ficou muito puto da vida e teve que ficar um "tempão" separando os presuntos. Você fica aqui comigo no céu, você vai pro inferno…

Cê vê, o passado, sendo lenda ou não, ensina coisa alguma para ninguém. E as novas religiões renovam-se na fórmula de aniquilar seus seguidores. É muito desespero para largar a comida dos teus filhos na mão do pastor. E isso que eu nem estou falando das universais whatever da vida.To falando de geral mesmo. Qualquer uma que fique orando e cobrando dindin pra seja lá o que for. Eu não estou urubuzando a fé de ninguém, só é sensacional ser mais confiável largar a fé na mão de uma técnica falida que mata meio mundo em todo santo século para chegar até o todo poderoso. Eu não sei se eu chego a ter realmente pena dos que se submetem a lavagem cerebral ou raiva pelos que se permitem deixar que a igreja foda com eles ainda mais do que já estão fodidos. Se bem que não é só o povo pobre que sucumbe. Tem o jogador casto que casou virgem que deixa sei la quantos porcento do seu milionário salariozinho, a ex mulher do rei do futebol que levou um pé na bunda de tão carola que é. Ou o dono concorrente da Record que enfiou a mulher para escrever novela de quinta categoria pra ver se ela pára de encher o saco com os dogmas de sua seita. E isso é exemplo, imagina a quantidade de endinheirado pecador que também não constrói prédios de três elevadores pros enviados de Deus na Terra (po se vão dar dinheiro pra igreja deviam dar para a Bola de Neve, pelo menos a gente sabe que o Pastor Rodolfo fez algo que presta realmente pelos pecadores deste mundo: participou do Raimundos na época que Raimundos era bom). E acho uma sacanagem depois entrar na justiça pra recuperar os bens que doou pra igreja. Deu ta dado! Perdeu, playboy! Pode ser lavagem cerebral e o escambal, mas burrice tem limite. Você não deixa teu filho passando fome pra sustentar vagabundo só porque vagabundo usa terninho engomadinho e te diz que teu alcoolismo e os sopapos que sapecou na coitada da tua mulher é coisa do demo.Pra que perder tempo se culpando se com propina deus expia teus pecados? Mas Ta que cada um que faz o que quer e se junta a quem quer. Nada contra. Caráter, bons princípios e ajudar quem realmente necessita é coisa difícil de ser compreendida mesmo. É mais fácil virar fantoche e jogar dinheiro no lixo do que agir de forma correta, como certamente Deus se existir e estiver lá em cima de butuca deve preferir. O mundo já está ha maisomenos 2000 anos pagando por ter enfiado Cristo na cruz e ninguém nunca se toca que se Deus não gostou de ver o filho morrendo daquele jeito, evidentemente não vai gostar de ver o resto alienado perdendo tempo ouvindo a mesma baboseira missa após missa, passando necessidade ou se calando por quem só se esgoela encima de um púlpito ou coisa que o valha, tagarelando e cantarolando sobre coisas que não praticam. E ta que isso tudo que eu falei também é demagogia e utopia porque a maioria nem se importa muito com nada disso de agir correto, de amar ao próximo, esse papo furado todo. O importante é dizer que vai na igreja e por isso é buena gente.




Acredito no universo, na ciência e em um Deus. Em algo superior que me guia. Certo, errado ou contraditório é no que eu acredito. Em um deus e não numa técnica para chegar até ele que me diz que sou pecadora. Isso eu já sei, ninguém mais precisa vir e me falar.

E pódexa os encosto aqui comigo mesmo, que ta comigo ta com Deus.


terça-feira, 23 de março de 2010

Walking on air

Eu não acredito, mas não mesmo que perdi meu livro de Don juan ou a história de Lord Byron. Não acredito ainda mais que eu tinha restaurado ele. É tão velho, mas tão velho que é daquela época que os livros eram amarrados em cordinhas e só depois colado na capa. Tenho que parar de perder as coisas, gasto mais dinheiro comprando de volta as minhas coisinhas velhas do que comprando novas. Vou ter que recorrer ao mercado livre e afins. Nunca mais acho em lugar nenhum a não ser que algum dos antigos queiram se livrar da velharia ou algum neto não saiba a preciosidade que o avô deixou de herança.

Meu poeta, me leve contigo;sua luz é que me traz abrigo.Sua fome estabelece o sentido,entre o que vive e o que passa pela vida.É díficil encontrar significado nessa reunião chata, cheia de pessoas desesperadas que anseiam por algo que nem sabem se lhes é devido. Me leve a Missolonghi. Onde estou ninguém sabe o que é,encontro certa gratidão, ao vislumbrar sua estadia por lá.Essa ilusão de sempre estar em um frenesi constante,nunca me afeta, não me interessa.Pessoas vazias tentando não ver suas sombras, esperando compartilhar com outro efusivo a beleza que não carregam consigo. Careço de algo mais que estórias, me perco em um além mais de saudade, aquela que já foi dita por ti.De algo que eu ainda não vi. Do que não entendo sentir. Escuto alguns passos nostálgicos.Quando adormeço, às vezes, vejo.O anjo negro de peito aberto que sangra pelo amor que procurou,mas não encontrou.Nem em um pouso,nem mesmo em sossego.

Tão velho quanto o livro é este meu poeminha.


"Feel it,breathe it,believe it and you`ll be walking on air"

segunda-feira, 22 de março de 2010

Doesn´t Remind Me

Todas as frases chocantes que insiste em pronunciar, desculpa, mas não, não, realmente não. Elas não são feitas para abalar.Ninguém tem tudo o tempo todo, quem tem muito, paradoxalmente tem muito pouco. Não se mova por um instante e repare no mundo rodopiante, sempre há alguma coisa.Pense no começo. Era algo. E era seu ou meu. Até os devaneios. A estrada. O caminho. A forma única de ver a vida.O passado? Você me conhece? Que engraçado. Tudo que se tem, sempre há um jeito de perder. As coisas sagradas não. Elas que te possuem. É puro e verdadeiro é seu para sempre. É o que importa. A lei da física. Ou do universo. Pode ser também.É tudo a mesma coisa. Volta. O que é bom volta. Se você faz girar a roda, o que é bom retorna. Nunca partiu. Rancor atrai rancor, menina. Você não deve falar do que não conhece. Poder, pode. Mas é estupidez. Flores deveriam ser respiradas, analisadas e não só admiradas. Garotas bonitas não deveriam ser estupidas. Nem as feias, certamente. E o que fica é seu. Ninguém vai lhe tirar. E as frases chocantes proferidas para machucar? Não te fazem lembrar nada se não for o vivido.Se você não luta, é poque já saiu do jogo. Só isso. Você nunca roubou nada?Eu já, mas eu perdi porque não me pertencia. Hoje eu tenho exatamente o que me pertence, mesmo o que não está ao alcance da minha mão. Porque é sagrado na minha essência. E a essência me possui. Não frases feitas. Não permita que a redundância te possua. O clichê não deveria possuir ninguém. Clichê é tristeza aparente. E a tristeza não te pertence. Tédio sim. Não é porque finge saber coisas sobre as pessoas ou sobre o que nunca nem conheceu e mesmo sobre fatos que só ouviu comentar que vai se apegar a frivolidade de passar adiante. Como uma qualquer aí, banal. Se não sabe porra nenhuma fecha a matraca. A chance única é aproveitar a sorte enquanto o disco gira a favor. Ou vai ficar aí falando do que não sabe, fingindo que é superiora enquanto seus orgãos internos são corroídos pelo veneno de sua bile. Se a vida é tão interessante quanto fala, viva, ué! Porque ser feliz é tudo que realmente importa.


O Rebolation xon xon

Quero um Rubem Fonseca na minha vida! Como padrinho! Ah, eu quero! Topar com ele caminhando mal humorado na minha frente para eu compartilhar todos os causos do mundo que insistem em espremer-se na minha cabecinha. Ah, um viva ao MESTRE do fazvalerosumiço. Porque aparecer mesmo é sumir e não comentar o que povão urge. Aham, aprendi isso. Quer ver deixar alguém louco é não se pronunciar. Aí quem quer close esgana-se para comentar quem não se dá o trabalho de... ai ai humanidade previsível!Quero ler o livro da nova pupila dele, a Paula Parisot pra ver se vale a pena o auê midiátrico de ficar sete dias presa em uma jaula de vidro. "Isso faz vender". Será que faz ler? Vou comprar já! Eu sei que é feio falar isso, mas literatura brasileira sempre me decepciona em demasia, em formato televisivo cabe bem, mas no bom e velho papel impresso...entonces vou ver, to curiosa. De qualquer forma pago pau para ela, em vez de ficar gritando em casa foi para uma livraria gritar na cara das pessoas e chamar mega atenção enquanto vendia seus livros em um país que best seller ou é auto ajuda ou é de vampiro emo. (Nada contra os vampiros emos, MESMO!). A Parisot resolveu recriar o ambiente do livro e lá se internou no seu sanatorinho envidraçado. Interessante é que teve gente que se deu o trabalho de xingá-la. Haha quanta motivação! A mulher trabalhando (cada um trabalha do jeito que quer e pode, melhor que limpar chão ou ficar com a bunda quadrada atendendo telefoninhos e abaixando a cabeça pro chefe que te trata como lixo. Beeem melhor. Certeza.) e gente lá se dando ao trabalho de xingar. Bando de invejoso e wannabe. Até porque, ninguém que não seja invejoso ou wannabe se dá ao trabalho de falar mal do outro, capiche?
Sabado meu namorido foi na festa de chegada de um conhecido que estava morando na Alemanha. Eu não fui porque tive que ficar escrevendo umas 30 matérias. Coisa pouca. Então, quando ele chegou faceiro da vida com a quantidade de goró que otinha casa do menino, me contou que ele estava curioso com as primeiras notícias que ouviu assim que pisou no aeroporto...
Queria saber quem era Geisy arruda e o Marcelo Dourado. ahmmmmm...
E estava muito intrigado com uma coisa...O que era o tal de rebolation!
Ah, mas que decepção ouvir isso. Tanta coisa aconteceu em todo tempo em que o rapaz se ausentou do nosso querido e amado terceiro mundo. COMO ASSIM Geisy Arruda? E kah Pila? E a fofoca da xuxa pegando o vítor ou Léo. Ou os dois, vai saber. E o imperador mandando amarrar a noiva na favela? Carããã E Cine??Não comentaram SORBE O CINE NO AEROPORTO?? Como assim?? Ah, vá!
Mas falando sério, ninguém merece chegar no Brasil e só ouvir falar de Geisy Arruda e rebolation...Bah, cada país tem o gênero musical e a subcelebridade que merece.

sábado, 20 de março de 2010

Baobabs


Começou como algo muito pequeno. Assim quase imperceptível. E antes que fosse viável um diagnóstico a situação engoliu os dois. Um achou que era possível contornar o outro achou que achariam uma forma. Ela lhe disse que não conhecia o amor, portanto não podia oferecer muito. Ele garantiu que acabaria ensinando. Como não tinha muito a perder ela acabou aceitando. Era como uma guerra fria. Um esperava pelo prometido o outro esperou por uma mudança. A superfície ao redor foi comprimindo os dois. Como espinhos que se aproximavam. E eles não queriam entender. A brincadeira foi perdendo a graça acentuadamente. Tornou-se um jogo que nenhum dos dois queria ganhar. Até algo simples não traria graça. Um sangrava enquanto esperava o outro sangrar e estavam tão exauridos que não sentiam mais as chagas. Era bobagem insistir, mas um não permitia ao outro libertar-se. O relógio foi correndo em voltas e o tempo esgotando, os esgotando. O tempo foi ficando perdido. Como espinho. Alguma coragem era necessária. Muita coragem, certamente. Não foi bobo compreender que o motivo óbvio não estava ali. Não eram espinhos ao redor. Era erva daninha. Não havia espinhos ao redor. Sim dentro. E um não tinha o antídoto do outro. Simples assim. E foi necessário que desenhassem para entender. Começou pequeno e tornou-se um baobá gigante que não sumiria pois não trazia um manual que explicasse o meio de aproximar-se da raiz. Conseguir caminhar para longe do baobá foi aliviante. O sol cegou os dois. Era esse o antídoto.

“Fiz notar ao príncipezinho que os baobás não são arbustos, mas árvores grandes como igrejas. E que mesmo que ele levasse consigo todo um rebanho de elefantes, eles não chegariam a dar cabo de um único baobá.



E o kiko?

E a incrível capacidade humana de se meter onde não deve?É Incrível! Claro que não todos, porque nem todo mundo tem tempo de encher o saco dos outros, até porque nem todo mundo tem saco para deixar ser enchido. Perde a graça, mais hora menos hora. Falar, falar, falar para as paredes... hmmm porque isso, porque aquilo, porque ela, e ele, e nós, o mundo, e eu? To nem aí ó, eu sou mais eu, não me preocupo com o que os outros pensam, eu sei tudo de você, a mim tu não engana, blablabla. Bah, tchê e alguém importa-se? Será? Pior que importam-se.


Pior.



Senta que lá vem EStória.



Cleópatra pensou no tombo que levou quando era criança segundos antes de suicidar-se. Perder a independência do Egito a atormentava, mas nem lembrou disso quando estava prestes a entregar sua nobre alma a Osíris. Na sua cabeça passava a imagem de Augusto olhando meio contrafeito para seu nariz entortado e assimétrico.

Não bastou gastar fortunas dos cofres públicos para esticar os cabelos meio tonhónhóin com o sal extraído do Nilo ou ficar com frio nas “partes” depois de banhar-se com a lua canalizando sua energia yin para o encontro. TUDO que aprendeu como sacerdotisa não comoveu Augusto, nem ao menos quando baixou o nível e remexeu até o chão lânguida como uma periquita saltitante.

Augusto olhou, um quê entediado, um quê analisando a situação e disse já pensando em outra coisa:

Nah, Nah, Cléo. To afim, não. Exército do império Romano? Avanti!

O que havia funcionado com César e Marco Antônio não surtiu efeito com Augusto que estava mais para Jonas Brothers do que Charlie Sheen; preferia a fama do que perder a extensão do seu império por um pedaço de carne.

Napoleão era um baixinho invocado que já tinha agradado a vizinhança ao entrar para a carreira militar. Como todo bom meio metro de gente contava vantagem que era uma beleza. Conseguia uma ou outra baixotinha, vesga e estava bem feliz com sua situação.

Os companheiros, entretanto, não deixavam que ele esquecesse dos quinze centímetros que transformavam o homem Bonaparte em uma pequenina bolinha cômica:

Napoleão, conta aí para os truta, tamanho é documento?

E lá ia o baixinho a sofrer ataques homéricos de gastrite nervosa. Contorcia-se, vermelho e colocava a mão na barriga. Os colegas de farda não faziam por mal. É que não tinha muita coisa para distraí-los, ficavam meses isolados e o general andou numas de proibir as mulheres de chegarem aos acampamentos. Claro que assim como Romário e Ronaldo, os oficiais davam sue jeitinho, mas com sorte o que encontravam era uma francesa sem banho.

Anos e anos aguentando as piadinhas infames com o seu tamanho, vendo a a gastrite aumentar e corroer seu estômago de tal maneira junto com o desejo de mostrar pros outros que não era um mané atarracado que sua cólera motivada pelo pus que subia pelo esôfago foi ganhando espaço e ele enfim conseguiu mostrar ao mundo e a toda a França o gigante que sabia que era. Josephina,infelizmente, conseguiu o que nem Waterloo teria sido capaz: transformou em pó a auto estima que levou anos para conseguir. Ao pegar a esposa no flagra, na cama com outro homem, Napoleão, mão na barriga para conter a azia, desolado mediu o tamanho dos dois e perguntou:

Como, Oh Josephina, como? Não é possível que você tenha conseguido arranjar um homem menor do que eu para dar a perseguida!

Fosse o nariz de Cleópatra menor ou a altura de um oficial de província maior, Egito não teria perdido a independência e a Europa não teria sua face modificada pela França.

Vê?

Coisas pequenas ou narizes grandes modificam toda a história.



Saiu daqui ó (perdi a senha deste também): http://ondejudasperdeuasbotas.blog.terra.com.br/

sexta-feira, 19 de março de 2010

Dam Madame Bardot

Tem gente na minha lista comprando paciência. Estou vendendo! Se me contassem no passado, se eu ao menos pudesse imaginar a capacidade que eu tenho de sentar, respirar e desenhar lentamente o projeto final sem sair quebrando tudo, bufando e tremendo de ansiedade, então SE eu soubesse a vida teria sido diferente. Sabendo, entretanto, não estaria aqui e as coisas não seriam do jeito que são. Mas que teria sido de mais valia, ah isso teria. Claro que eu só consigo fazer isso por um motivo e isso é coisa muito minha, o ponto é que consigo.

Madame Bardot era obcecada. Ou excêntrica como melhor preferir. Ta que uma coisa é uma coisa outra coisa é outra coisa, mas desse ângulo que eu quero olhar as duas palavras são similares. Eu adoro a Brigitte Bardot, ela ia ao extremos em tudo. Esses extremos a levaram a tentar o suicídio três vezes. Da adolescência ao auge de seu sucesso no cinema. Só que não é esse extremo que me encanta, acho que não encanta ninguém a não ser uma amiga minha que vive dizendo que vai se matar. Nunca entendi porque não chegou a concretizar isso, pois aluga o ouvido de quem deixar falando sobre o assunto. O meu não aluga mais. Na verdade acho que também nem somos mais amigas por causa disso. Eu sei que ela não vai se matar e ela também. No máximo vai morrer de carência. Ta,mas voltando... Brigitte fez um filme que se chama Et Dieu...créa la femme. Pra época (1956) foi ESCÂNDALO. Quem viu o filme entende porque. Não sou daqueles que pagam um pau tremendo pro cinema europeu, apesar de gostar bastante. Mas os franceses sabem inovar e ficaram assim anos na frente da América...e isso em todos os quesitos, não só porque a meio século atrás as mocinhas já arrancavam as roupas. Ae Brigitte foi lá e se apaixonou pelo ator que contracenava. Largou do marido. Ai se apaixonou por outro. Ai contracenou com outro e se apaixonou também. Ai casou. Se apaixonou pelo próximo parceiro. Se separou. Casou de novo. Se apaixonou. E ai saiu de cena porque a beleza custou um preço alto por pagar.

Ta, por que ela me encanta?

Não é pelo fato de ficar buscando o amor de outra pessoa, porque "amor" só tem tempo de ficar procurando quem é desocupado. Isso a gente não procura, aparece quando menos se espera. Brigitte Bardot viveu apaixonada...pela tentativa de insistir em viver. Ela recomeçou e tentou e ai então recomeçou de novo. Até que saiu de cena e afastou-se do mundo para seu último papel defendendo os animais até o EXTREMO. Ela viveu tanto que teve que sobreviver a essa vida intensa. Adoro biografias de personalidades que me interessam, mas não foi lendo a dela que me chamou atenção, foi lendo a de Roger Vadim que escreveu sobre Bardot, Deneuve e Fonda, suas três jovens esposas. Deneuve e Fonda são umas fofuras, mas Bardot é tão intensa que eclipsa as outras. Intensa na tentativa de ser feliz. E de conseguir sobreviver a essas tentativas. Ela foi mais glamourosa, mais creme de la creme que dois terços dos que já botaram o pé no mundo e a sua existência foi bem pouco glamourosa preocupou-se mais em conseguir construir um caminho, mesmo não sabendo se ia conseguir ser boa atriz, mãe ou pessoa.

Tentativa.

Menos pose.

Dá mais certo, ôpa!

Missolonghi

Pois então, não é que eu perdi a senha do meu antigo blog? Elementar, elementar...Nada como continuar esquecendo as mesmas coisas. Minha sorte é nunca ter esquecido a conta do banco, coisa que se viesse a ocorrer também não me deixaria nervosa. Aquilo lá está mais raso que a consciência de uns gatos pingados que vagam por aí.
O fato é que eu já havia perdido a vontade de escrever há um tempo. Diariamente e mesmo que só de forma sazonal. Foi pro espaço junto com o apoio que eu tinha para lançar um livro, com algum dos antigos veículos que divulgavam meus textos e pagavam por eles, diga-se de passagem.Tudo bem, eles cansaram de me dar prazos que eu não cumpria devido a minha bagunçadinha vidinha. Pois bem, nunca é culpa de ninguém, exceto do próprio o que acontece na vida. Sorte todo mundo tem, uns mais que outros, mas as oportunidades continuam pelo caminho de tijolos dourados basta acordar com o peito estufado de força que a energia não tarda a soprar a brisa positiva. Brisa, porque ventania não, isso só você mesmo cria. Discordar, apontar o dedinho em riste e proferir frases impactantes e mal criadas é o comum, o que a normalidade medíocre faz normalmente quando contrariada. Previsibilidade é mato.
Pois bem, o apoio retornou e volto a ter datas e prazos de entregas para muitas coisas. Tem ainda dois ou três veículos de comunicação impressa e um certo negócinho cultural por virar. Ah sim, motivo principal de tanta faceirice: Fui contratada por um portal na internet e começo FINALMENTE a lucrar um pouquinho. Claro que apoiada por um emprego estável, porque viver de sonhos é tãããão bom, mas no momento em que a panela vazia não tem a menor serventia a não ser chocada contra a cabeça, a realidade fica bem indigesta.
Sabe, nunca escrevo com uma coerência par. Aliás, nem gosto dessa palavra. Não me preocJustificarupo com a estética e com o que deveria ser uma frase correta graticalmente, para isso graças a dios temos editores.Ou os iluminados que aguentam um curso de letras. Aqui não tenho, então não me preocupo,responsabilidade nenhuma com nada. Mas eu gosto que leiam o que escrevo. Gosto mesmo. Se gostasse de escrever só pra mim deixava trancado em alguma pasta de word ou amontoando pó no meu baú de rascunhos. Também nunca tive nem um quê de antisocial e de loucona pra levantar barreiras de distância. A não ser evidentemente nas lacunas negras do meu inferno astral traumatizado. Já consegui ser patética e levantar humor diante das minhas atitudes exageradas. Problema meu né? Ah, te preocupa? Bom, problema seu.
To de volta, vou ali trabalhar, assinar um contrato muito especial, esperar meu homem cheiroso chegar do trabalho pra atacá-lo e batalhar um pouco pra trazer de volta o que está longe e é fundamental para minha existência.
A brisa está boa, mas preciso fabricar uma ventania.