quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Um café e uma música às seis da manhã.



Sempre me peguei em frente aquelas definições pré estabelecidas que ficam muito bem dentro dos acordes de uma canção. Frases feitas que falam o que eu queria dizer mas não o fiz sozinha. Já começa aí o erro em muitas coisas.

É legal servir de frases já ditas e repetidas como mantras, mas é mais interessante sentar e analisar bem o motivo daquela canção de um estranho caber com folga dentro das quatro paredes que olho antes de me despedir do dia e dar um alô ao mundo dos sonhos. É interessante ouvir e construir sua própria música, escrever um roteiro e seu próprio mantra.

Tenha um projeto. Tenha uma ideia. Corra atrás dela. Lute por ela. E se der errado retorne ao começo. Refaça o projeto. Reaproveite a ideia. Continue correndo atrás dela.

Acorde cedo. Faça um café. Readapte o script. Acorda pra vida porque de outra forma ela não acordará por você.

E salve-se a si mesmo. Cantando a sua própria canção.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Doesn't Remind Me



Todas as frases chocantes que insiste em pronunciar, desculpa, mas não, não, realmente não. Elas não são feitas para abalar.Ninguém tem tudo o tempo todo, quem tem muito, paradoxalmente tem muito pouco. Não se mova por um instante e repare no mundo rodopiante, sempre há alguma coisa.Pense no começo. Era algo. E era seu ou meu. Até os devaneios. A estrada. O caminho. A forma única de ver a vida.O passado? Você me conhece? Que engraçado. Tudo que se tem, sempre há um jeito de perder. As coisas sagradas não. Elas que te possuem. É puro e verdadeiro é seu para sempre. É o que importa. A lei da física. Ou do universo. Pode ser também.É tudo a mesma coisa. Volta. O que é bom volta. Se você faz girar a roda, o que é bom retorna. Nunca partiu. Rancor atrai rancor, menina. Você não deve falar do que não conhece. Poder, pode. Mas é estupidez. Flores deveriam ser respiradas, analisadas e não só admiradas. Garotas bonitas não deveriam ser estúpidas. Nem as feias, certamente. E o que fica é seu. Ninguém vai lhe tirar. E as frases chocantes proferidas para machucar? Não te fazem lembrar nada se não for o vivido.Se você não luta, é poque já saiu do jogo. Só isso. Você nunca roubou nada?Eu já, mas eu perdi porque não me pertencia. Hoje eu tenho exatamente o que me pertence, mesmo o que não está ao alcance da minha mão. Porque é sagrado na minha essência. E a essência me possui. Não frases feitas. Não permita que a redundância te possua. O clichê não deveria possuir ninguém. Clichê é tristeza aparente. E a tristeza não te pertence. Tédio sim. Não é porque finge saber coisas sobre as pessoas ou sobre o que nunca nem conheceu e mesmo sobre fatos que só ouviu comentar que vai se apegar a frivolidade de passar adiante. Como um qualquer aí, banal. Ser superior não é permitir que seus orgãos internos sejam corroídos pelo veneno de sua bile. Se a vida é tão interessante quanto se fala, viva, ué! Porque ser feliz é tudo que realmente importa.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Minha Pequena Catarina



Extremamente frágil àquela pequena sonhadora.

De rompante petulante e tão avessa às regras,

controversamente defensora dos bons costumes.

Sua beleza é, justamente,

essa fraqueza protegida, escondida e tão evidente.


Ah, mas como é terrível essa minha menina.

Quanto mais se dá, mais ela quer,

mais anseia, mais ela exige.


Mas se penso em desistir,

encontro aqueles olhos pidões e percebo

que tanta defesa nada além é, que medo e desejo.

Medo de ser abandonada novamente.

Desejo de ser única, desejada para sempre.


Tão intratável é esta pequena,

bem desejo vê-la sem dentes.

Para ver se aprende a não cuspir desaforos

e a não perturbar minha mente.


E quando vejo quão bondosa ela é,

quanto bem pode fazer se quiser,

meu peito se enche de amor e me controlo

para não tomá-la nos braços e

tentar aplacar sua dor.


Acabo lembrando que de toda esta guerra

e também das minhas batalhas,

a nossa é a que não interessa ganhar.

Esqueço do quanto ainda és criança,

do quanto difícil é, apagar da lembrança

o preço alto a pagar por viver.


Ah pequenina,

o que fazes tu com este teu amor.

Tanto sofrimento por um sentimento

que nunca se repetirá,

pelo respeito que não há de se restaurar.


Siga, vá lá, continue tentando,

esperando pela capacidade de se encontrar.

Em meio a esse caos,

achar o velho dom de se reinventar.

Continuando assim, enquanto o desejo for o de sempre,

o de abraçar.


Minha hostil menina, tão forte longe de mim,

tão frágil dentro de si.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Amor. Escolha. Sensação.



Sempre achei que amor era uma palavra supervalorizada. Algo que flui fácil na letra de uma música vendável, nas mãos de um escritor habilidoso e na mente de um ser carente. Placebo do corpo e alma que insere emoções, explica a adrenalina do coração disparado, os caminhos cruzados e as peças que se encaixam com atenção do destino.

Copo vazio não transborda, não mata a sede. não sacia a necessidade menos ainda as excentricidades. Viver é isso, é encharcar-se de sensações, sentir que há vida mesmo quando a dor é profunda o suficiente para apalpá-la com os dedos enquanto se comprimi no peito e marca a alma.

Sentimentos são pedacinhos espelhados do que se vê, do que se possui no momento, do conteúdo que se almeja conter, do que se inventa ou do que fingi existir.

Amor a gente inventa, tenta e depois requenta. Se não for aproveita-se enquanto queima, lambuza enquanto apetece e depois joga fora a panela estragada. Mas aí nunca foi. Como dias de sol esquecidos simplesmente porque o nublado acizentou. Se não é o sujeito é porque era objeto, direto ou indireto. Fazêoquê. Ninguém usa o utensílio queimado a não ser que falte outro melhor, por gratidão ao trabalho dedicado ou de quebra galho por estarem os outros brinquedos ocupados.

Amor é escolha.

Escolha é sensação.

Como diria meu poeta maldito,é sentir que existimos mesmo no sofrimento.

Sensação é o grande objetivo da vida.

É o que leva a fé, a guerra, a mentira, a bondade, as drogas,ao milagre, aos filhos, ao espetáculo, a solidão e invariavelmente até a verdade.

Bendito, louvável, enaltecedor e demais sinônimos.

De toda a forma, amor será sempre a palavra que explica tudo quando o resto do mundo não entende coisa alguma. Palavra que eu aprecio muito.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Ryden



Odeio quando se referem a alguém ou algo desprezível como bizarro. Bizarro não é ruim e não é defeito. Pela definição do dicionário é algo nobre, gentil, original, portanto; e só por isso, extravagante ou estranho. De certo porque estranho é ser gentil hoje em dia. Gentil de genuíno e não de falsidade. É o que choca sem o desespero medíocre de cair na mesmice de querer chocar. Falar sem tentar prever a reação. Não revidar a covardia do covarde. Dualidade berrante autoexplicativa na mensagem subliminar. Bizarro é o mundo, em todos os seus aspectos violentos, apresentado com olhos irônicos de quem ainda permite-se enxergar beleza que cerca. É a verdade na face de quem é consciente que mentira não impede a derrota, ainda que ela seja perca. Perda momentânea se quem estiver jogando for sincero. Bizarro é só verdade que causa perplexidade. É o óbvio que não cai no óbvio. É singelo, tosco e tinta. E não tinta usada pra fingir ser tosco e singelo. É o exótico que não é hype. É o que não imita para ser notado. Bizarro é tão belo que usam seu significado da forma reversa para corromper com coisas feias o que na essência é tão honrável. É a descrição da beleza ficando feia pelo emprego indevido de seu significado. O que não é nada, nada, bizarro...


terça-feira, 14 de junho de 2011

A Arte da Guerra


O prosaico exerce sobra a minha pessoa uma grande quantidade de fascínio. Eu me pego desde guriazinha observando coisas comuns, corriqueiras do dia a dia, que passam desapercebidas pelas outras pessoas. Gosto de pequenos gestos, pequenas doses de cotidiano, hábitos que possam ser trocados a qualquer instante, mas por algum motivo que só cabe ao indivíduo que o pratica, repetem-se como um vício. Certos diretores, principalmente os europeus, gostam de dar enfase a um cortar de batatas, um balançar em uma cadeira, um bater de pernas infantis, para depois mudarem completamente o foco mostrando o caos que determina o fim de um período "feliz" ou "normal". Talvez seja porque a rotina está para o caos, como Nietzche para a dinamite.
E são nesses momentos, em que nos despimos de toda a máscara, é que ocorre o mágico espaço de tempo em que o universo conspira a nosso favor. Todos sempre param, vez ou outra, para ficar imaginando como seria bom se tivessem isso ou aquilo, se a conta bancária estivesse mais recheada, se tivessem coragem de admitir que na verdade o que realmente desejam é o contrário do que pensam as pessoas que se ama, como seria se os problemas não existissem, se determinadas pessoas sumissem, permitindo que as lágrimas de ontem atrapalhem a luta pelas possiblidades que talvez só se concretizem justamente pela força de vontade que motivou o choramingo. Tem quem ache que desistir de dois é o fim do mundo, quando terrível somente seria desistir de cada um.
A felicidade adulta é imaginária, é o imaginar, o que vai vir, o que poderá ser concreto, o entrar e sair de vários caminhos para chegar a quaisquer outros que tragam sucesso. E por mais contentes que possamos vir a estar, sempre falta alguma coisa, nunca estamos completos. Sempre falta aquele quê, nos perdemos confiantes que vamos nos encontrar logo mais. E nunca haverá algo mais se já não estiver presente conosco. É tudo tão simples e conseguimos complicar. A parte que briga, que bebe, que acredita, medita, vacila, ignora, mata ou implora, é um todo, é só nosso, somos apenas nós em redundantes círculos viciosos. Não há uma técnica para aprender a lidar com a dor, não existe um Deus que ensinará o perdão, não existem palavras que descrevam o soneto do silêncio. É tão purista e vulgar que precisamos recorrer ao complexo e ao divino, para explicar nossas próprias escolhas.Quando se quer e acredita piamente no que quer, quando se é e sabe realmente como é, não há quem nos demova de chegar até o final, mesmo sendo a estrada longa e fatigante, porque não vale a pena a tristeza de ser meio frustrada. Que venha a felicidade nem que seja por meio da completa frustração, o que me importa é a tentativa. E não é nada demais. São só palavras.Se eu parar para pensar não deixa de ser arte da guerra;Sun Tzu.

domingo, 12 de junho de 2011

Moinho de vento


Caos, sigo a risca.. Sempre tive um pé meio Dom Quixote, Sancho Pança e seus moinhos de vento.

Qual outra graça teria o sofrimento,ainda que completamente infundado, se o melhor não puder ser retirado dele?

Você retira o melhor até de quem você dizia ter lhe causado mal, até daquele que sorri por que acha que você o odeia. Quer dizer; Você não sei, eu retiro! Porque a pessoa passou pela minha vida e querendo ou não, deixou e vice e versa uma semente a ser cultivada. Se a pessoa vai reconhecer ou não, é o jogo da vida. Você pode amontoar um monte de pininhos no seu carro do tabuleiro e depois perder tudo comprando ações de alto risco.

O tempo cura tudo. E você dá um jeito de consertar o que um dia esteve partido.Ou deixa partido mesmo, ás vezes o que parece quebrado é só uma fenda realizada pela natureza, e não há nada mais cíclica e sábia do que ela. Sabe porque? A vida ensina, regenera, cura o surto e lambe com bálsamo o que antes ardeu na pele.

Tal qual o mecanismo de um moinho de vento. Singelo e cru; ele sempre segue adiante. Gira a hélice após hélice e quando o inverno o congela; o sol posterior derrete o gelo. Um mantra que informa ao desavisado que relembrar o vento ruim é perpetuar o mau tempo. Quase uma prece gritada, dizendo: SEGUE ADIANTE!