segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Ponto e vírgula

Achei que éramos iguais.
Que éramos a mesma pessoa.
Imagine meu choque, quando descobri;
Você jogava sempre sozinho.
Precisava era de uma muleta,
enquanto eu só queria teu carinho.


terça-feira, 23 de novembro de 2010

Under My Skin



Essas obras tão complexas, que transpiram idéias inspiradoras, quadros que deveriam dizer muita coisa, objetos excêntricos e cheios de significado. Tentativas de socializar um significado que não foi encontrado. Por que não há nada para ver ali. Como o manto transparente do rei que só os inteligentes vêem, quando todos sabem que ele está nú. Um monte de gente em uma exposição.Um ponto no meio de uma folha em branco. E um comenta com o outro: É o começo do mundo. Não, é uma guerra nuclear. Imagina, é um átomo. E certamente suprimem o desejo de admitir que é no máximo um piolho. Uma privada diferente inventada no começo do século.Seria muito limitado admitir que aquilo ali é uma privada diferente inventada no começo do século.

Interessante que nadar contra a corrente é dar-se o direito de ser mediano e limitado. Admitir que o extraordinário não está aqui e ainda assim o dia é satisfatório. Que não há nada perfeito. Que a rotina é patética. Que houve derrota mas continua a luta. Que está tudo quebrado, mas ainda dá tempo de consertar. Que os sentimentos são belos em canções, mas frágeis demais dentro de quatro paredes. E se o vazio incomoda, a culpa é de quem se o nada foi o que te preencheu?

Apesar dos pesares, o ceticismo é tão belo.

Uma beleza encontrada apenas onde existe.

O tempo encarrega-se de mostrar que valer-se dos olhos alheios é só uma perda.

De tempo.