terça-feira, 23 de março de 2010

Walking on air

Eu não acredito, mas não mesmo que perdi meu livro de Don juan ou a história de Lord Byron. Não acredito ainda mais que eu tinha restaurado ele. É tão velho, mas tão velho que é daquela época que os livros eram amarrados em cordinhas e só depois colado na capa. Tenho que parar de perder as coisas, gasto mais dinheiro comprando de volta as minhas coisinhas velhas do que comprando novas. Vou ter que recorrer ao mercado livre e afins. Nunca mais acho em lugar nenhum a não ser que algum dos antigos queiram se livrar da velharia ou algum neto não saiba a preciosidade que o avô deixou de herança.

Meu poeta, me leve contigo;sua luz é que me traz abrigo.Sua fome estabelece o sentido,entre o que vive e o que passa pela vida.É díficil encontrar significado nessa reunião chata, cheia de pessoas desesperadas que anseiam por algo que nem sabem se lhes é devido. Me leve a Missolonghi. Onde estou ninguém sabe o que é,encontro certa gratidão, ao vislumbrar sua estadia por lá.Essa ilusão de sempre estar em um frenesi constante,nunca me afeta, não me interessa.Pessoas vazias tentando não ver suas sombras, esperando compartilhar com outro efusivo a beleza que não carregam consigo. Careço de algo mais que estórias, me perco em um além mais de saudade, aquela que já foi dita por ti.De algo que eu ainda não vi. Do que não entendo sentir. Escuto alguns passos nostálgicos.Quando adormeço, às vezes, vejo.O anjo negro de peito aberto que sangra pelo amor que procurou,mas não encontrou.Nem em um pouso,nem mesmo em sossego.

Tão velho quanto o livro é este meu poeminha.


"Feel it,breathe it,believe it and you`ll be walking on air"

Um comentário:

  1. Olá. Perder livros é um temor pra mim. Sempre foi. Definitivamente o valor dessas obras é multiplicada por "n" vezes quando o apego a obra e a literatura é tão forte como anuncia ser em ti. E por ser algo de Lord Byron, mereceria um puxão de orelha srta. (rs)

    O acalanto da perda neste caso é o seu poema. De início quase sutil, com o pedido do levar, o poema caminha saudoso com a espera daquilo que pode ser a redenção. Estar inserido em um mundo de agendas e reuniões - para os que apreciam a arte de uma obra ou de uma leve ou intensa companhia - pode ser desastroso senão há o toque febril da alma com as vontades, que dirá noutra alma.

    Obrigado pela visita e leitura do meu blog. Apareça.
    Voltarei.

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