sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Minha Pequena Catarina



Extremamente frágil àquela pequena sonhadora.

De rompante petulante e tão avessa às regras,

controversamente defensora dos bons costumes.

Sua beleza é, justamente,

essa fraqueza protegida, escondida e tão evidente.


Ah, mas como é terrível essa minha menina.

Quanto mais se dá, mais ela quer,

mais anseia, mais ela exige.


Mas se penso em desistir,

encontro aqueles olhos pidões e percebo

que tanta defesa nada além é, que medo e desejo.

Medo de ser abandonada novamente.

Desejo de ser única, desejada para sempre.


Tão intratável é esta pequena,

bem desejo vê-la sem dentes.

Para ver se aprende a não cuspir desaforos

e a não perturbar minha mente.


E quando vejo quão bondosa ela é,

quanto bem pode fazer se quiser,

meu peito se enche de amor e me controlo

para não tomá-la nos braços e

tentar aplacar sua dor.


Acabo lembrando que de toda esta guerra

e também das minhas batalhas,

a nossa é a que não interessa ganhar.

Esqueço do quanto ainda és criança,

do quanto difícil é, apagar da lembrança

o preço alto a pagar por viver.


Ah pequenina,

o que fazes tu com este teu amor.

Tanto sofrimento por um sentimento

que nunca se repetirá,

pelo respeito que não há de se restaurar.


Siga, vá lá, continue tentando,

esperando pela capacidade de se encontrar.

Em meio a esse caos,

achar o velho dom de se reinventar.

Continuando assim, enquanto o desejo for o de sempre,

o de abraçar.


Minha hostil menina, tão forte longe de mim,

tão frágil dentro de si.

2 comentários:

  1. Meeeeeeeeeeu Deus!!
    Me identifiquei com tooooooooooooodo o texto.
    Adorei Tere! Como sempre, tu foi fodástica!

    Bjoooooooooooooo ♥

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  2. Muito bom Teresa, fazia um tempinho que eu não vinha aqui.

    Como sempre não é a toa.
    ótimo texto!!

    bjo

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