segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A igreja é minha Anta


Tanta procura pelo inferno se é no corpo humano que ele se encontra. Não é a vida que faz sofrer tanto é este teu apreciar o sofrimento que amedronta.

Lê nos jornais: o desrespeito por causa de cor, o espancamento por uma opção sexual, um representante de Deus molestando uma criança. Ou simplesmente um pai que estupra um ser que é sua própria esperança.

Não faz nada. E deixa pro seu filho isto como herança.

Depois se faz de ofendido. Vai ao seu culto e fica convencido que com todo esse protesto profundo doou o melhor que podia ao mundo. E quando a dor desconcertar recorrerá ao salvador, mas enquanto ela não for sua; basta sorrir e fingir um ridículo pesar. Afinal, a desgraça não está sob seu teto, é sim no de seu vizinho perdedor. Fugir disso é fugir a realidade. Fingir que é puritano enquanto a sua alma exala forte o cheiro da mediocridade.

Vai lá e procura na técnica de uma religião o Deus que nunca existiu no teu coração!

O papel que há de se representar está aonde seus olhos podem ver. Protagonista ou coadjuvante não interfere na alma só a faz perder. Se há dor é porque houve alegria, se há paz alguém acreditou na hipocrisia. É humano não ser perfeito, mais humano ainda acreditar na perfeição. Lamentável é não tomar nenhuma atitude quando somos uma raça privilegiada com a opção.
O homem adora se apoiar na falta de escolha ignorando o instinto animal que observa a probabilidade. A escolha o faz somente retirar vantagem de tudo que o controla. Bem essa é que é a verdade. É ser destruído, corroído e estar satisfeito. Para notar que sua existência é melhor é não socorrer quem necessita. Amigar-se com o tal do diabo ao mesmo tempo que o critica. Não perceber que todos já nascem nobres, mas é por esquecer de ser humanos é que acabamos assim tão pobres.

Na verdade faz muito bem. Volta lá pra tua igreja ou pro teu círculo rude de amizades. É melhor não analisar o que temos de complexo, porque nos tornamos miseráveis quando analisados.

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